terça-feira, julho 18, 2006

Mary na Feira Erótica



O público pediu e aqui está: mais uma aventura de Mary desta vez na Feira do Sexo.

O conceito de Feira junto à palavra Sexo parecia à partida um pouco estranho. Não sabia bem o que esperar e imaginava algo ao estilo Feira de Carcavelos, em que as porno-star’s apregoavam “É tudo a 5 €” ou “É para acabar é para acabar” ou ainda “Olha a camisinha da moda”.
Ia um pouco apreensiva receando ser apanhada por alguma entrevista em directo para a TVI. Pelo sim pelo não já tinha preparado algumas respostas: à questão “o que veio fazer à feira do sexo” responderia com “estou só a ver”, e para “vai comprar alguma coisa?” diria “prefiro as compras online” ou “vou esperar pelos saldos, tipo leve 2 pague 1

Chegada ao recinto, a atmosfera era bizarra: rapazes com ar extasiado não paravam de tirar fotografias, tentando captar os mais diversos ângulos às artistas que iam circulando quase despidas, ou em “negligé” e sapatos plataforma.
Retiradas do seu habitat natural (a luz suave e desfocada das casas nocturnas) e colocadas ali à vista do “néon”, podíamos ver que eram mais baixas do que pareciam, tinham as maminhas pequenas e até alguma celulite no rabo.

Percebi mais tarde que isso das maminhas e do rabo é uma coisa muito vista, e a Feira deveria chamar-se antes Feira das Habilidades do Sexo porque o que leva o público ao delírio é afinal ver quem consegue "enfiar mais" (seja lá o quê) , independentemente do orifício e da sua beleza.

Interessa aliás muito pouco, o aspecto do buraquinho, o que é valorizado é o que se faz com ele. A estética é secundária.

E neste aspecto a Feira não desiludiu, não senhor. A oferta foi bastante diversificada: desde correntes e bolinhas, a vibradores de 30 cm, rígidos e gelatinosos e até algumas frutas, tudo era passível de enfiar.
As semelhanças com o Túnel do Rossio eram grandes: quer pela antiguidade, quer pelo número de visitantes, quer ainda pelo perigo de derrocada a qualquer instante. Não obstante, a facilidade em escoar o trânsito era sem dúvida algo de impressionante, pelo que merecia alguns minutos de atenção.

No enfiamento deste espectáculo, o mais engraçado foi sem dúvida apreciar o à-vontade (ou falta de) dos ajudantes que eram recrutados da assistência.

Eles sentados na cadeira inicialmente de ar acanhado, e elas literalmente "escarrapachadas", deitadas de lado com a perna levantada e visão panorâmica para o ajudante.

Ao som dos gritos da assistência “Mete Mete Mete”, eles com a pontinha dos dedos lá iam empurrando as bolinhas para dentro, enquanto elas, com ar de enfado, bocejavam e fingiam limar as unhas.

É interessante ver os homens a fazerem figura de otários para variar, mas tirando este aspecto, nada de extraordinário.

Passei então ao show lésbico. No meu imaginário erótico sempre pensei que as mulheres aproveitassem a vantagem de conhecer o próprio corpo para se relacionarem como mulheres, mas quando entra em palco uma mulher tão feia e tão andrógina que parecia um homem, constatei que realmente até na relação homossexual se recriam os papéis macho-fêmea...
Teoria essa que veio a ser confirmada quando vi a mulher-macho a dar umas valentes palmadas no clitóris da mulher-fêmea. Mas de que raio surgiu esta ideia de que umas palmadas no clitóris dão prazer???? Pode até ter alguma piada pelo efeito sonoro, mas de resto... POUPEM-NOS!

Segui em direcção dos stand’s de lingerie, filmes porno , instrumentos e acessórios diversos e foi deveras curioso encontrar o dono da papelaria da minha rua. Cumprimentou-me com grande simpatia e disse que agora que já conhecia o seu “outro” negócio quando eu quisesse “alguma coisinha” estava à vontade.
Ora nada mais prático do que comprar o Expresso ao sábado e trazer um fatinho de enfermeira, ou um anel vibratório.
Prático, muito prático.

Já na secção dos vibradores a grande inovação era o mais pequeno vibrador do mundo apenas por 10 euros, que graças a uma pilha especial cabia na palma da mão, podendo ser levado e usado em qualquer lado, com grande discrição.
A vendedora, aliás, mostrava grande entusiasmo na possibilidade de utilizar o instrumento nos transportes públicos. Achei que não era seguro, pois poderíamos sair na paragem errada por distracção, mas sem dúvida uma óptima terapia anti-stress em hora de ponta.

Nada mais apropriado, devo referir, que o termo “hora de ponta”, que só pode ter sido inventado por um afã praticante desta terapia!

3 Comments:

Blogger Catarina said...

"É interessante ver os homens a fazerem figura de otários para variar" Como??? Não percebi bem???

quarta-feira, julho 19, 2006 9:16:00 da tarde  
Blogger Luis said...

Enfim, depois de ler fiquei algo espantado. Não fui à feira mas a tua descrição da mesma também não me abriu o apetite... Semelhanças com o Túnel do Rossio? Ora aí está uma ligação que não fari mas que sem duvida é uma imagem q dificilmente vou esquecer...

sexta-feira, julho 21, 2006 8:44:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

http://www.americanas.com.br/cgi-bin/WebObjects/AcomHome.woa/wa/materia?mat=2447

quarta-feira, julho 26, 2006 6:31:00 da tarde  

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