sábado, julho 29, 2006

Felicidade e Insatisfação?

É frequente sentir-me bem e feliz, ainda que não totalmente satisfeita.
Parecia impossivel à partida poder estar feliz e simultaneamente insatisfeita. Mas este é apenas um raciocínio que se faz acerca dos sentimentos.
Posso sentir-me feliz e ainda achar que gostaria que algo fosse diferente. Sei que às vezes a insatisfação nos atrapalha a felicidade, ou nos baralha. É esta confusão que nos causa a infelicidade, não é a insatisfação em si. A insatisfação poderá até ser um excelente motor para o desenvolvimento, se conseguirmos em cada momento manter o focus, distinguir o que são as emoções e os sentimentos, e o que são os objectivos.
Tenho tentado focar-me no estado de felicidade. Basicamente se me sinto bem, porque hei de estar sistematicamente a pensar no que gostaria que fosse diferente?
Não me resignei, simplesmente estou a tentar evitar que o meu pensamento me atraiçoe e me faça perder o focus.
Já perdi tempo de mais na minha vida a pensar em coisas inúteis, e que ainda por cima me deixavam em miseráveis estados de angústia e ansiedade.
Às vezes quando releio algumas coisas que escrevi nessas alturas dou-me conta que todas as circunstâncias que, à época, contribuíram para aquele meu estado, acabaram por ser receios infundados, ou simplesmente não tinham a real importância que aparentavam.
Dou-me conta agora, que aquilo para que mais contribuíram essas circurstâncias, foi para a minha total dispersão e isso sim, teve impacto na minha vida.
É por isso que agora tento a todo o custo evitar essas “armadilhas do pensamento”, tento impedir-me de ficar paralisada com pensamentos inúteis sobre coisas e pessoas sobre as quais não tenho qualquer controlo.
Já fiz a experiência: num dia fiquei triste por uma qualquer situação pouco importante. Basicamente esse evento despoletou em mim uma série de pensamentos sobre a insatisfação que sentia. E é nessa espiral de pensamentos “viciados” que normalmente surgem as grandes questões: o que faço? O que decido? Como será o meu futuro se continuar assim? E as respostas não surgem.
Sabia à partida que esta sequência de pensamentos ia condicionar o meu humor. A opção era ficar aborrecida o resto dos dias, remoendo as mesmas questões sem resposta, ou sacudir os pensamentos e viver o dia seguinte como um dia só, sem condições nem consequências.
E foi um dia magnifico.

Tinha até aqui a ideia que a minha vida avançava de crise em crise. No momento em que surgia uma crise – uma birra, uma discussão, uma confrontação, algo se clarificava, algo se decidia, algo avançava.
Não é verdade. A minha vida (provavelmente como a de todos os seres humanos) avança em cada momento de felicidade, bem estar e plenitude. São estes momentos que nos dão a certeza e a segurança das decisões. Que nos confirmam o caminho escolhido e nos dão a força e a vontade para prosseguir.

quinta-feira, julho 27, 2006

Sexo

Hoje apetece-me falar de sexo.
Como são coisas que me apetecem com frequência (falar e sexo :-) não poderia deixar de dedicar algumas linhas a este tema.

Seguindo uma recomendação, dei uma vista de olhos num artigo acerca do novo livro do Paulo Coelho (Onze Minutos). Este livro conta a história de uma jovem, que decepcionada com os padrões afectivos e sexuais que conhece, torna-se descrente em relação à idéia de que duas pessoas possam ter tanto o corpo quanto a alma unidos em perfeita harmonia num relacionamento.

Ocorreu-me de imediato uma experiência quase mística que tive recentemente: Num destes dias sonhei que tinha uma relação sexual lésbica com uma amiga de longa data. Quando comentei isso com ela no dia seguinte, responde-me que, também ela, no mesmo dia tinha tido um sonho lésbico com uma loura.
Excitadíssimas (isto é com gritinhos estridentes) trocámos alguns detalhes, e só não conseguimos confirmar, se a hora exacta também era coincidente: os papéis de cada uma no sonho estavam em perfeita sintonia, e a simultaneidade era impressionante.
Ela sonhava que a lambia e eu sonhava que a esfregava. As sensações eram tão intensas que ambas acordámos com um orgasmo.

Cá está! Perfeita sintonia de corpo e alma: é o sexo telepático!!

sábado, julho 22, 2006

Mais Rápido que a Terapia II

Responsabilize-se por si próprio. Se acredita que a resposta para a sua perturbação interior está nas mãos de alguém, está a assegurar a si próprio um vida de frustração. Ninguém vai mudar os seus hábitos, atitudes, crenças ou comportamento para que você seja uma pessoa com menos stress.

Oiço com frequência lamentações acerca do passado, seja porque tudo era tão perfeito e feliz, e algures no tempo isso se perdeu, pelo que o presente e o futuro estão irremediavelmente comprometidos numa série de infortúnios Ou então porque o passado foi uma sucessão de acontecimentos infelizes e que desta forma comprometem irremediavelmente o presente e o futuro, por uma série de traumas que impedem o indivíduo de ser feliz.

Curiosamente estas lamentações, ainda que aparentemente contraditórias, podem ter origem na mesma pessoa, que conforme o seu humor ou estado de espírito, olha para o seu passado de forma diferente.

Em qualquer dos humores no entanto, a verdade é que essa pessoa se mantém agarrada ao passado. Emersa, afundada. E em vez de o passado ser tornar uma fonte de aprendizagem, é uma fonte de sofrimento e frustração. Nem que seja porque impede o indivíduo de viver a sua vida, o seu presente em plenitude.

Conheço também quem só descubra como amou alguém, quando perdeu essa pessoa. Foi preciso a relação terminar para quem experimenta a dor da perda, perceber que afinal tinha ao seu lado o grande amor da sua vida. Ou o seu ideal amoroso. E perdido nestas lamentações, tudo o resto será sempre uma 2.º escolha. Até provavelmente ao dia em que experimenta nova perda, e então afinal a 2.ª escolha até era uma pessoa fantástica e lá vai aumentar a bolsa das frustrações com 2 ideais amorosos perdidos.

E assim vamos vivendo o presente, comparando, lamentando e revivendo o passado.

O crescimento interior começa quando nos libertamos dos pensamentos que nos fazem sentir tristeza, dor, descontentamento.

A libertação não significa ignorar algo que aconteceu, mas simplesmente não ficar preso a pormenores específicos que só contribuem para o aumento do stress e da infelicidade.

E como nos libertamos dos pensamentos infelizes dos outros? Aqueles que nos comparam sistematicamente com uma situação ideal, que nos fazem sentir uma 2ª escolha, que nos atacam a auto-estima?

Como deixamos de ficar sistematicamente presos e enredados no passado e frustações alheias? Esperando, como nos dias chuvosos, que haja uma aberta, que o tempo "lá em cima melhore", e o que passou fique arrumado?

E se enquanto vamos esperando vamos sofrendo, porque as abertas são tão curtas, que ficamos sempre com a sensação que aquele sorriso, aquele bom humor não era nosso. Não era para nós, não era por nós.

A libertação surge no dia em que deixarmos de pensar que a nossa felicidade depende da resolução dos problemas dos outros.

terça-feira, julho 18, 2006

Mary na Feira Erótica



O público pediu e aqui está: mais uma aventura de Mary desta vez na Feira do Sexo.

O conceito de Feira junto à palavra Sexo parecia à partida um pouco estranho. Não sabia bem o que esperar e imaginava algo ao estilo Feira de Carcavelos, em que as porno-star’s apregoavam “É tudo a 5 €” ou “É para acabar é para acabar” ou ainda “Olha a camisinha da moda”.
Ia um pouco apreensiva receando ser apanhada por alguma entrevista em directo para a TVI. Pelo sim pelo não já tinha preparado algumas respostas: à questão “o que veio fazer à feira do sexo” responderia com “estou só a ver”, e para “vai comprar alguma coisa?” diria “prefiro as compras online” ou “vou esperar pelos saldos, tipo leve 2 pague 1

Chegada ao recinto, a atmosfera era bizarra: rapazes com ar extasiado não paravam de tirar fotografias, tentando captar os mais diversos ângulos às artistas que iam circulando quase despidas, ou em “negligé” e sapatos plataforma.
Retiradas do seu habitat natural (a luz suave e desfocada das casas nocturnas) e colocadas ali à vista do “néon”, podíamos ver que eram mais baixas do que pareciam, tinham as maminhas pequenas e até alguma celulite no rabo.

Percebi mais tarde que isso das maminhas e do rabo é uma coisa muito vista, e a Feira deveria chamar-se antes Feira das Habilidades do Sexo porque o que leva o público ao delírio é afinal ver quem consegue "enfiar mais" (seja lá o quê) , independentemente do orifício e da sua beleza.

Interessa aliás muito pouco, o aspecto do buraquinho, o que é valorizado é o que se faz com ele. A estética é secundária.

E neste aspecto a Feira não desiludiu, não senhor. A oferta foi bastante diversificada: desde correntes e bolinhas, a vibradores de 30 cm, rígidos e gelatinosos e até algumas frutas, tudo era passível de enfiar.
As semelhanças com o Túnel do Rossio eram grandes: quer pela antiguidade, quer pelo número de visitantes, quer ainda pelo perigo de derrocada a qualquer instante. Não obstante, a facilidade em escoar o trânsito era sem dúvida algo de impressionante, pelo que merecia alguns minutos de atenção.

No enfiamento deste espectáculo, o mais engraçado foi sem dúvida apreciar o à-vontade (ou falta de) dos ajudantes que eram recrutados da assistência.

Eles sentados na cadeira inicialmente de ar acanhado, e elas literalmente "escarrapachadas", deitadas de lado com a perna levantada e visão panorâmica para o ajudante.

Ao som dos gritos da assistência “Mete Mete Mete”, eles com a pontinha dos dedos lá iam empurrando as bolinhas para dentro, enquanto elas, com ar de enfado, bocejavam e fingiam limar as unhas.

É interessante ver os homens a fazerem figura de otários para variar, mas tirando este aspecto, nada de extraordinário.

Passei então ao show lésbico. No meu imaginário erótico sempre pensei que as mulheres aproveitassem a vantagem de conhecer o próprio corpo para se relacionarem como mulheres, mas quando entra em palco uma mulher tão feia e tão andrógina que parecia um homem, constatei que realmente até na relação homossexual se recriam os papéis macho-fêmea...
Teoria essa que veio a ser confirmada quando vi a mulher-macho a dar umas valentes palmadas no clitóris da mulher-fêmea. Mas de que raio surgiu esta ideia de que umas palmadas no clitóris dão prazer???? Pode até ter alguma piada pelo efeito sonoro, mas de resto... POUPEM-NOS!

Segui em direcção dos stand’s de lingerie, filmes porno , instrumentos e acessórios diversos e foi deveras curioso encontrar o dono da papelaria da minha rua. Cumprimentou-me com grande simpatia e disse que agora que já conhecia o seu “outro” negócio quando eu quisesse “alguma coisinha” estava à vontade.
Ora nada mais prático do que comprar o Expresso ao sábado e trazer um fatinho de enfermeira, ou um anel vibratório.
Prático, muito prático.

Já na secção dos vibradores a grande inovação era o mais pequeno vibrador do mundo apenas por 10 euros, que graças a uma pilha especial cabia na palma da mão, podendo ser levado e usado em qualquer lado, com grande discrição.
A vendedora, aliás, mostrava grande entusiasmo na possibilidade de utilizar o instrumento nos transportes públicos. Achei que não era seguro, pois poderíamos sair na paragem errada por distracção, mas sem dúvida uma óptima terapia anti-stress em hora de ponta.

Nada mais apropriado, devo referir, que o termo “hora de ponta”, que só pode ter sido inventado por um afã praticante desta terapia!

Mais Rápido que a Terapia




Faz um ano que comecei a fazer terapia. Nunca achei que precisasse, aliás sempre pensei até que isso era para quem tinha traumas de infância, ou a "cabeça fraca", e por dá cá aquela palha se deixava ir abaixo e entrava em depressão.
Afinal fui parar à terapia porque não ia abaixo nem por nada, e continuava a levar tudo pela frente a um ritmo alucinante.

Um ano depois ainda lá estou e sem quaisquer perspectivas de ter "alta". Uma amiga atenta e preocupada resolveu ajudar-me e ofereceu-me um livro que promete ser "Mais rápido que a Terapia".

O livro que parecia bem ao estilo da banhada americana: "Compreender o seu cão" ou "Como conquistar um homem em 5 dias sem fazer lipoaspiração", afinal mostra-se surpreendente logo nas primeiras páginas.

São destacados alguns chavões que prometem ser um guia para a cura emocional. Essas frases são tão simples, como básicas, que até custa a crer como é que não conseguimos vê-las e aplicá-las na nossa vida quotidiana.

Após um ano a dissecar problemas, o sinal do sucesso atingido foi ouvir "é isso mesmo" ou "é esse o caminho".
Mas o caminho parece interminável, porque identificado o problema falta a solução, e como a solução está normalmente dentro de nós, está a ser deveras dificil enxergar qualquer coisa cá para dentro.
Há ainda a segunda hipótese, que acontece quando até consigo avistar a solução, mas como simplesmente não consigo resistir a mim mesma os erros sucedem-se e os problemas mantém-se.

A objectivo da terapia talvez seja conseguir um estado de insatisfação consciente.
Ou seja tomamos consciência que estamos insatisfeitos ou deprimidos, até conseguimos perceber porquê, não conseguimos resolver o problema, mas isso é secundário.
O que realmente nos consumia a energia e a disposição, era tentar perceber o porquê. "Onde é que errei? Porque é que estou triste?
Agora que sabemos podemos relaxar, e simplesmente curtir a nossa neura em consciência.

Nos estados mais avançados de consciência, conseguimos ainda transferir a culpa que colocamos nos outros, para nós mesmos e de forma positiva (essa é que é a grande inovação...)
A culpa deixa de ser da mãe ou do pai , para passar a ser do próprio que não consegue ultrapassar a questão. Mas por sua vez como a "questão" tem uma causa identificada (a tal que foi condicionada pela mãe ou pelo pai), o próprio poderá mais uma vez descansar e desculpar-se a si mesmo também. Mantém-se o trauma, mas consegue viver com isso.

A terapia afinal é isto: identificar os problemas, focar a doença, focar a infelicidade. E podemos andar anos nisto, porque de semana para semana, há um novo problema para esmiuçar.

Um dos chavões deste livro faz especial sentido para mim: "Quem espera que a vida seja perfeita, antes de se permitir ser feliz nunca será feliz"

Muitas vezes agimos de forma condicionada, julgamos que só seremos felizes se a nossa vida se modificar de acordo com algumas noções pré concebidas que temos de sucesso ou satisfação pessoal.

O nosso objectivo é ganhar mais dinheiro, mudar de emprego, ou encontrar a pessoa ideal, porque temos a certeza que só assim seremos felizes.

"E desta forma vamos adiando a nossa satisfação e contentamento para uma data posterior." (outro chavão)

O problema desta filosofia é que é insaciável. O mesmo pensamento que nos condiciona, que nos dita as condições prévias para a felicidade, continuará a fazê-lo sempre, e assim que uma delas for conseguida. Não há limites. Nunca nada será suficiente.

Não significa isto que devemos assumir uma postura de total falta de ambição, ou seja vamos ser felizes com o que temos ou com o que somos.

Simplesmente significa que devemos tentar ser felizes a cada dia, a cada momento. E os objectivos que definimos para a nossa vida serão as nossas metas, mas nunca as barreiras à felicidade.

Hoje percebo que uma sucessão de sonhos concretizados, de objectivos atingidos e metas ultrapassadas não foram suficientes para me fazer feliz. Estava sempre demasiado preocupada em fazer acontecer, em concretizar, para simplesmente viver o momento e ser feliz.
Chegava a imaginar como me sentiria feliz. Mas não se pode planear emoções, podemos apenas vivê-las, senti-las.

Se calhar já era feliz e não tinha percebido.

sexta-feira, julho 14, 2006

Mary na Corrida de Toiros


Gosto especialmente deste título porque me faz lembrar aqueles livros da colecção Anita.
Havia a Anita Mamã, Anita Dona de Casa, Anita na Escola e outros tantos temas de alto teor educativo, com o claro objectivo de preparar as jovens meninas para o seu futuro brilhantes de “esposas”. Sendo nesta carreira se incluíam os cargos de mulher dedicada e atenciosa ao seu marido, mãe extremosa e fada do lar. Saber ler e escrever não era um requisito, mas poderia até contar como factor diferenciador (clara vantagem competitiva na elaboração da lista das compras).
Animada deste espírito resolvi então começar a minha própria colecção que será “Mary vai / na / é qualquer coisa”.

Ontem fui ao Campo Pequeno, e mais uma vez pude observar um interessante fenómeno, tão esclarecedor acerca do comportamento animal.

À hora marcada e em grande pompa entram os Cavaleiros de casaca brilhante e chapéu de 3 bicos, montados nos seu elegantes cavalos que este ano apresentavam um interessante apontamento de moda: vinham todos de soquete (pelo menos assim me pareceram aquelas ligaduras atadas aos tornozelos), sendo que os mais ousados traziam soquete encarnadas (um chiqué!). Acompanhavam os Forcados com a tradicional calça justa beje, faixa na cintura e barrete verde na cabeça. E os Bandarilheiros, também de calça justa, mas de lycra com aplicações.
Gostei especialmente do desfile de calças justas. Todas elas continhas glúteos vistosos e bem torneados, pelo que face à dificuldade em escolher o melhor decido-me pelo ousado de calças “rosa choq” com aplicações. Um mimo.

Feitos os devidos acenos à assistência, acompanhados pela toque da corneta, chega a altura da entrada do toiro.
Fiquei um pouco desiludida com a côr parda dos bichos. Um tom terra que se confundia com a areia, mas mais deslavado. Estou certa que o aspecto encardido lhes afectou a auto-estima, e julgo que a Liga Protectora dos Animais deveria estar sensível a esta questão.
Todos os outros bem vestidos e eles naqueles propósitos. Sem um lacinho nos cornos, nem nada. Uma tristeza. Ao menos uma soquete como os cavalos...
No desfile dos 6 toiros lá apareceram um ou dois mais tradicionais, vestidos de preto. Não estavam particularmente elegantes, mas sabemos que o preto emagrece e com 600 kilos pareceu-me uma boa escolha.

Apresentados todos os personagens o espectáculo que se seguiu é o que já conhecem:

O toiro entra na arena aos pulos ... tinham-lhe dito que havia gajas pelo que lá vai ele todo entusiasmado. Afinal nada. Só uns fulanos esquisitos de calças justas, aos berros num total despropósito.
Decide esperar pelas gajas. Se calhar vêem mais tarde... Entretanto vai-se distraindo com o espectáculo de animação que montaram na bancadas.
Tenta não ligar mas os fulanos esquisitos não páram de provocá-lo... mau.... será que também vieram por causa das gajas? Pelo sim, pelo não, é melhor correr tudo à cornada.

Ora aqui já sabemos que a coisa corre mal para o toiro, pelo que não vale a pena entrar em detalhes.

Atrevo-me apenas a comentar que torci pelo toiro, mas tive alguns momentos em que o meu coração ficou apertado quando vi alguns glúteos tão simpáticos, ameaçados.
Houve mesmo alguns rasgões, e infelizmente por baixo da calça beje não existia uma excitante cueca fio dental mas apenas tecido verde, imenso tecido verde...
Por momentos imaginei o forcado só de cueca verde e barrete a condizer, mas o espectáculo exigia atenção, pelo que me voltei de novo a concentrar no toiro.

Despachados os tipos de calças de lycra, entram as vacas! Pelo lustroso, e chocalho provocante... lindas! E em manada!

Pensei que o bicho ia ficar contente. Afinal tinha sido uma noite inteira à espera daquele momento.... Mas não é que o toiro desata à marrada nas vacas?

Elas coitadas ficaram desorientadas... esperavam quanto muito sexo animalesco... ali à bruta mesmo na arena, agora umas cornadas? Fugiram para o curral, amuadas de certo!

Resta-me concluir que é tudo uma questão de gestão de expectativas, elas esperavam sexo, ele estava cansado. Poderia apenas dizer que não lhe apetecia, mas preferiu dar-lhes uma valente sova. Não fossem os gajos de lycra ainda andarem por ali...
Só me lembrava daquele famoso provérbio: Quando chegares a casa bate na tua mulher, mesmo que não saibas porquê ela sabe.

quarta-feira, julho 12, 2006

Roupa e Maçanetas de Porta – Uma relação Casuística?


Compreender o homem passa também pela observação dos seus comportamentos e reacções. Ao estilo do “Gorilas na Bruma” tenho-me dedicado a esse estudo, da mesma forma discreta e pouco interventora.
Munida de binóculos (às vezes é preciso...), observo o comportamento dos machos, seja no seu habitat natural ou em cativeiro. E tento detectar padrões ou relações causa-efeito que nos permitam compreender melhor a espécie e actuar de forma pró-activa.
Durante este estudo prolongado e exaustivo, pude observar uma especial atracção que existe entre a roupa do homem e a maçaneta da porta.
Existindo uma maçaneta de porta livre, não obstante a proximidade de cabides, armários ou outros locais mais apropriados à colocação do vestuário, a maçaneta parece exercer um estranho fascínio e atrair de imediato qualquer tipo de peça de roupa que se encontre nas proximidades.
Existindo alguns comportamentos que se repetem frequentemente, pude arriscar um modelo matemático de regressão estatística e obter um resultado surpreendente.

As maçanetas atraiem qualquer peça de vestuário num raio aproximado de 100 a 200 metros: Mal o sujeito entra em casa observa-se o estranho fenómeno de imediata retirada das peças de vestuário e circulação em boxer’s pelas divisões. Não se trata portanto de um culto de exibição do corpo, mas sim de um fenómeno para-normal, em que estranho e enorme poder é exercido pelas maçanetas sobre os sujeitos.

Note-se que só a roupa masculina se acumula nas maçanetas, pelo que apenas o cérebro do homem sucumbe a este poderio. Existe um estudo a decorrer em paralelo, que utilizando a famosa lei da atracção dos corpos celestes, poderá concluir que o cérebro do Homem é mais pequeno que a maçaneta (daí o fenómeno gravitacional), mas ainda não está finalizado

As maçanetas acumulam peças de vestuário em camadas devidamente organizadas: primeiro as camisas pelo colarinho, seguidas das calças ainda com cinto. Esta organização em camadas mostra bem o poder com que estamos a lidar: os colarinhos entretelados, são o suporte perfeito para as calças menos compostas que por sua vez acumulam a função de arrastar as pernas pelo chão, recolhendo o cotão circundante.

As maçanetas mais treinadas conseguem ainda atrair as boxer’s (fenómeno mais nocturno), que com alguma ironia se vingam finalmente das calças, onde andaram escondidas todo o dia, ficando ostensivamente colocadas por cima. Ficam literalmente à mão de semear, pois mãos mais incautas que procuram abrir a porta sem olhar primeiro, poderão segurar as ditas pensado agarrar a maçaneta.

Ocasionalmente também uma gravata ou outra é apanhada no processo, sendo que a sua óbvia preferência vai necessariamente para debaixo das boxer’s.
É compreensível que depois de um longo dia de trabalho exista esta atracção pelo o aroma e calor emanado, semelhante a um SPA relaxante


Tentativas de eliminar as maçanetas das portas derivaram num ainda mais surpreendente fenómeno de dependuro das peças nas esquinas das portas ou dos armários.

Visualmente o efeito é imponente, um pouco fantasmagórico mas sem dúvida impressionante: peças dependuradas fazem lembra um quadro de Dali, ou em dias mais cinzentos um enforcamento.

Face a estes resultados, a experiência que sugiro será a colocação das maçanetas dentro dos armários e roupeiros, esperando que o enorme poderio consiga atrair as ditas peças de roupa para o seu local nativo.

quinta-feira, julho 06, 2006

Reset

Tentei vários métodos: upgrade’s aos programas instalados, limpeza periódica de ícones não utilizados, zipei ficheiros antigos, escondi até alguns cd’s em gavetas.
Começo a chegar à conclusão que a limpeza selectiva não funciona. Os ficheiros parecem cheios de links, e se tentamos apagar apenas algumas células, as fórmulas deixam de funcionar e são erros e mais erros.
A memória está cheia. Alguns documentos são só read-only, já não é possível escrever por cima.
Faço algumas cópias de segurança, mas o reset parece inevitável.
Não consigo guardar apenas as versões de maior qualidade, deve ser um qualquer defeito do sistema que grava tudo. Drafts, virus.. fica lá tudo.
Inicia-se o arquivo que acabará por ser morto, ou transferido para a Torre do Tombo.
Não encontro programas sem bugs, mas esta versão está definitivamente obsoleta.
É preciso eliminar o que está lento... há aplicações que já nem arrancam e não posso perder o disco rígido.
Reset. Restart.

Se fosse assim tão simples.

quarta-feira, julho 05, 2006

Aniversário - Esclarecimento

Esclarecemos o estimado público que a prestação de serviços ao domícilio não está incluida na lista de presentes.
O termo "Fazer Coisas" significa actividades lúdicas e/ou culturais, de preferência em grupo.
Desta forma, serviços domésticos (vulgo lavar a loiça e afins) e outras actividades que envolvam esforço físico sem correspondente benefício lúdico, estão excluidas da lista.
Acrescento ainda que a diversão da aniversariante é um factor de maior ponderação, face ao esforço físico envolvido.
Colocando isto em linguagem matemática, estando a diversão por cima e o esforço por baixo, o que se pretende é que o esforço seja zero e que a diversão seja superior a 1, pois é certo e sabido que qualquer coisa sobre zero tende para infinito.

terça-feira, julho 04, 2006

Quando Ele Amua

Ao Homem não deveria ser permitido amuar. Um Homem simplesmente não liga, não percebe ou não dá conta. Logo não poderá ficar magoado, e muito menos amuar.
Ao Homem compete estar distraído. Isso permite-nos a nós amuar, estado que é nosso (mulheres) de pleno direito.
Se o Homem por acaso se sente magoado, então certamente está equivocado ou tirou ilacções precipitadas. Ainda assim o comportamento mais adequado será esbracejar, dizer palavrões ou bater com umas portas. Isto sim é de Homem: para além de ter percebido mal, ou não ter percebido nada, ainda é bruto!
Se ele amua, está a tornar-se perigosamente feminino. O preocupamente desta situação não será a questão da virilidade (até porque um amuo tem sempre o associado o fazer as pazes), mas o facto de estar a ficar perigosamente atento e mais ainda, ardilosamente chantagista. Tal qual como nós!!
Isto assim fica muito confuso! Nós sabemos o que fazer quando eles ACHAM que nós os magoamos e esbracejam furiosamente! Nós dizemos BRUTO e pronto... AMUAMOS!
E só precisamos de esperar que a habitual falta de memória masculina actue. Eles já náo se lembram porque estão magoados, esquecem até que estiveram e melhor ainda, acham que certamente fizeram alguma coisa de errado que provocou o nosso amuo! Pelo que se apressam a pedir desculpa ou a encher-nos de mimos.
Isto assim está certo!
Agora quando ele amua, como é? Faz beicinho e fica de olhar parado para o televisor? Responde em monossílabos? Diz que "não é nada" quando perguntamos se aconteceu alguma coisa?
Isto simplesmente não é natural!
E o que fazemos nós? Perguntamos se querem que lhe traga / faça / prepare / coçe (riscar o que não interessa) alguma coisa? Oferecemos flores e chocolates?
Não! Nós só conseguimos fazer uma coisa que é amuar também! Se ele amua, "fica de trombas", e um homem "de trombas" é um bruto! E amuamos exactamente por isso: porque ele é um bruto!

Homens como vêem não vale a pena amuar. No final a culpa é sempre vossa.

Preservação da Espécie

Como é difícil encontrar um Homem nos dias de hoje. Um Homem que pensa e age como homem. Estou cansada dos "metrosexuais" que competem connosco pelo espaço nos armários de roupa, que usam os nossos cremes e monopolizam o espelho e o secador.
Há momentos de puro desespero. Ele sentado á nossa frente, admirando a cor do verniz das unhas ou os brincos novos em “strass”. Com a mania que é sensível, que nos compreende e que até pensa como nós! SOCORRO! Venham novamente os homens que quando dizemos “Gostas?” Respondem “ Sim sim, agora desvia-te que estás à frente da televisão”

Mulheres, se encontrarem algum espécie verdadeiro da raça “Macho” divulguem! Talvez seja melhor até recolhermos alguns e colocarmos em cativeiro para preservação da espécie!



1 – Treino em Cativeiro

Começamos por fazer uma recolha selectivas das espécies mais habilitadas a garantir a sua perpetuação. Cada voluntária do projecto escolhe a que for do seu agrado, leva-a para casa e deixa-a fechada durante uns dias.
Ao ser retirado do habitat natural, o "espécime" poderá ter uma reacção agressiva (pelo que é aconselhável deixá-lo amarrado à cama, onde estará mais seguro com a protecção das almofadas) ou uma reacção depressiva (para o que se aconselha também deixá-lo amarrado à cama, mas com várias embalagens de kleenex disponiveis).
Serão distribuidas algemas e vendas (o espécime é muito sensível à luz eléctrica) gratuitamente no momento da recolha da criatura.
Nas primeiras semanas poderá ir a casa à hora de almoço para passeá-lo um pouco, isso aliviará os sintomas acima descritos e permite estreitar laços de respeito e obediência necessários ao são desenvolvimento do exemplar.
À noite deverá alimentá-lo (com refeições cozinhadas pelo próprio durante o dia), passeá-lo novamente e efectuar o treino diário da actividade sexual.
Estudos cientificos demonstram que as criaturas beneficiando desta actividade de forma regular, para além de se cansarem e chatearem menos, têm um comportamento mais dócil e mais colaborativo nas restantes tarefas.
Como qualquer espécie não treinada, ao inicio têm um comportamento desastrado, têm dificuldade em controlar os movimentos bruscos e espasmódicos, uivam em tom elevado e parecem incansáveis.
Deverá ser prática e objectiva nas suas orientações, com frases curtas e explicitas, utilizando sempre o tom imperativo, para que a criatura não tenha dificuldade em compreender a mensagem.
Desde já aconselhamos que no momento da escolha da criatura tenha em consideração que por razões puramente genéticas, a inteligência e capacidades de compreensão destas criaturas são inversamente proporcionais às suas caraterísticas fisicas e estéticas.
Pelo que se escolher um espécime de maior envergadura, ou de aparência atraente, poderá passeá-lo orgulhosamente pela rua, mas não espere grande interacção intelectual.
As grandes discussões filosóficas ficarão provavelmente pelo funcionamento das várias teclas do comando da powerbox, a cuja investigação ele se dedicou arduamente durante o dia.
Com alguma dedicação e paciência em breve terá um espécime absolutamente domesticado. Em caso de aborrecimento ou falha técnica garantimos troca pela prazo de 12 meses.

2 – Selecção de Exemplares

Existirão critérios de elevado rigor na selecção das espécies mais habilitadas à reprodução e continuidade da espécie.
Pelo que no inicio do projecto serão confiadas a um grupo seleccionado de mulheres, que poderão ter de realizar o supremo sacrificio de levar 2 ou 3 especies para casa.
Esta regra de 3 homus erectus para 1 mulher é formulada desta forma porque é conhecido de toda a comunidade cientifica que estes especimes não estão habilitados à realização de múltiplas tarefas.
Desta forma, as mulheres que tiverem mais disponibilidade para o treino da especie, levarão os seus 3 exemplares por um período experimental de 6 meses.
Um ficará na cozinha, outro no quarto e outro terá funções portáteis, acompanhando a mulher para todo o lado (de forma discreta) para que ela possa realizar os respectivos treinos sempre que existir oportunidade.
No final da semana rodam as tarefas, e poderá estabelecer-se um dia semanal para a liberdade criativa ou jogos em família. Passados 6 meses as criaturas são entregues a uma instituição onde poderão ser visitados regularmente pelo público em geral.3 – Tratadoras
As experts que farão a selecção dos machos serão contratadas através de um rigoroso critério de selecção (apresentação de curriculo e carta de recomendações). As treinadoras que tiverem casas maiores poderão levar 2 ou 3 especies, podendo especializar cada uma delas na sua actividade. Por exemplo, o especime de corpo escultural terá uma farda composta por cueca tanga negra ou boxer justo (os motivos leopardo serão permitidos apenas em ocasiões especiais), circulará pela casa sempre vestido desta forma e uma das suas habilidades será a capacidade de exibir erecção imediata mediante piscar de olhos ou estalar de dedos da treinadora. O especime com habilidades domésticas usará jardineiras de ganga (sem tshirt por baixo), e chave de fendas no bolso, poderá alternar com avental vermelho (tb sem nada por baixo). O especime intectual será usado quando a treinadora estiver menstruada.

4 – Carácter Humanitário do Projecto

Este projecto não deixa de ter um carácter humanitário e muito democrático. Ou seja através do treino e da rotatividade podemos garantir homens de qualidade para todas as mulheres, o que será um avanço social muito ambicionado. Todas conhecemos as assimetrias e carências que hoje se fazem sentir nessa área. Poderá também ser desenvolvido um fundo comum para suprir todas as despesas de manutenção. Os próprios espécimes poderão garantir o sustento desse fundo.

5 – Slogan do Projecto

"Se tens mais de 18 anos, o 12º ano de escolaridade, és bonito e tens o rabo firme, e não sofres de dormência na língua. Vem juntar-te a nós e faz carreira no MPEH”
Movimento de Protecção da Espécie Humana

Aniversário


Mais um aniversário que se aproxima, e a vontade de comemorar não diminui com os anos que se vão acumulando na pele e nas ancas :-). Não importa o que se passa à volta, seja qual for a situação é preciso celebrar a vida. Com maior ou menor comedimento, mas festejar sempre!
A lista de presentes é um clássico que este ano assume uma forma electrónico (moderno, muito moderno...)
A piada da lista, não é a expectativa de receber tudo o que é publicado. Não só porque isso nunca acontece, como também não teria grande piada.. E as surpresas? E os presentes horrendos? E os amuos por não ser aquilo que eu tinha escolhido? Ah pois é!
A lista serve tal como o blog, para dizer o que me dá na telha. Pelo que cá está ela:

Lista de Presentes de Aniversário

Este ano gostava de receber presentes diferentes. Em vez de "coisas" embrulhadas em papel colorido gostava de receber convites para fazer "coisas".
Os meus presentes este anos seriam partilhar qualquer coisa com quem me quer bem.
Convidem-me para ir ver o Caetano Veloso ao CCB, o José Cid ao Maxime, para dar uma volta de balão, para ir acampar junto ao rio (só dois dias por favor que rãs a coaxar e mosquistos a zunir têm o seu timing...) ou para fazer um piquenique em Monserrate.
Convidem-me para fazer um curso de culinária, de astronomia ou de boas maneiras. Convidem-me para uma sessão esotérica estranhissima à meia noite na serra de Sintra, com hipnose, regressão ou mesas de pé de galo a levitar.
E se por acaso preferirem o método tradicional, podem sempre optar pelos tradicionais objectos que me fazem o meu coração sorrir, sejam uns chinelos de quarto, a colecção dos filmes da Sissi ou a uma malita da Lancel (hehehehe já agora ...)

(Esta lista será actualizada periódicamente)

A Importância do Nome

Finalmente o meu blog! Sem pretenções literárias, nem espaço confessional. Simplesmente escrever o que dá na telha. Gostei do conceito e aderi!
O nome foi a primeira dificuldade, nunca uso "nicknames" nem abreviaturas. Não se trata de nenhuma afirmação de personalidade, muito antes pelo contrário... é antes um dos traumas de infância que guardo com carinho. Nunca tive um diminuitivo carinhoso... é triste, muito triste. E com isso vivi marcada até à idade adulta.
Até que finalmente a minha amiga do coração resolve chamar-me "Mari" e eu gosto! Gosto pronto!
E realmente Marias Há Muitas, mas este nome tem um carinho e significado especial.
O endereço "resmas de gajas" foi já um acto de desespero... "marias há muitas" parece ser uma expressão muito usada, e esta falta de originalidade (minha) limitou-me as escolhas. Não havia combinação que servisse: maria com traço, maria com bola, maria para aqui, maria para ali... nada! Tudo ocupado!
Resmas de Gajas foi o que me pareceu mais semelhante. É a tal coisa que já ouvi algumas vezes: "resmas de gajas por aí, e logo havia de aparecer esta"
Vai-se lá saber porquê!